Performance
Ajuste da acção – A altura das cordas E (mais grossa) no 22.º traste em relação ao plano da escala ronda os 3mm, o que em conjunto com um trussrod de manipulação leve (revelador que houve o cuidado na colagem da escala ao braço evitando o derrame de cola para o trussrod) permite o ajuste da acção numa boa gama consoante o gosto de cada um (desde muito baixa até mais alta). Também evita que se proceda ao desbaste do cavalete para obter uma acção mais baixa, comum a muitas guitarras de gama mais baixa.
Largura do Nut – Os 48 mm de largura do nut são adequados à prática. Tenho uma guitarra clássica com cutway em que a largura do nut é de 50 mm. Mas em ambas as guitarras o espaçamento entre as cordas “E” e “e” são praticamente os mesmos 42 mm. A LTD tem a justa e exigente medida para que se toque sem que as cordas “E” e “e” saíam fora do braço. Na clássica existe um pouco mais de liberdade para precipitações no toque.
Execução – Esta guitarra aproxima-se mais de uma guitarra eléctrica. O braço é ágil a par de uma escala de 635 mm o que a torna uma excelente guitarra para solos (especialmente para quem pôs a palheta de lado e gosta de tocar com as unhas). Contudo, continua a oferecer a possibilidade de se executar temas clássicos, se bem que aconselho ter sempre uma guitarra clássica à mão para quem seja mais exigente. Pode ser tocada sem estar ligada a um amplificador, mantendo uma qualidade de som (baixo) motivante (mesmo nos glisses).
Som e eléctrónica
As primeiras impressões são muito boas. Fiquei surpreendido com a resposta utilizando uma Zoom G3 (aconselhada para guitarra eléctrica), onde se consegue obter sons interessantes de “overdrive” e “distortion”. Parece que se está perante uma boa combinação entre piezo e preamp. O turner é uma mais valia, pois queremos ter sempre um afinador à mão. Os valores de afinação competem com outros afinadores mais caros e conceituados de que disponho. Os comandos do Preamp Fishman são simples e eficazes. Para se mudar a pilha tem-se que desaparafusar a tampa traseira. O sistema poderia ser melhorado, mas é um pormenor menor.
Estética e qualidade
Contrariando as imagens da net, a guitarra revela a sua beleza nas nossas mãos. Fabricada na Indonésia, a guitarra tem um excelente acabamento que põe a nu os veios da madeira num esquema de pintura suave. Os materiais aparentam ser bons, mas como em todas as madeiras, só o tempo o poderá confirmar em definitivo.
Os trastes têm uma altura de 1 mm, tornando o toque macio sem existências de arestas nem fret-buzz.
Nut, brigde e cavalete cumprem a sua função.
O excesso de corpo que está para trás da bridge denota desde logo que esta guitarra foi pensada para se tocar apoiada na perna da mão do picking.
Conclusão:
Estamos perante uma guitarra de qualidade de materiais com um custo aceitável para as potencialidade que oferece.
Esta compra resultou após da devolução de uma guitarra de uma outra marca. Não estava inclinado em nada para esta compra. Contudo, como se costuma dizer, há males que vêm por bem e tenho que agradecer ao pessoal da Thomann pela atenção, disponibilidade e esclarecimentos que acabaram por conduzir a esta feliz compra.